Sempre perguntava para as pessoas
mais experientes como poderia ‘afinar’ e/ou ‘refinar’ meu olhar. Todas as respostas
que obtinha levavam sempre para o mesmo lugar, ou seja, para obter um ‘olhar
fotográfico’ eu teria que fotografar incansavelmente durante um longo período
de tempo. Venho fazendo isso na medida em que consigo conciliar tempo para
tantas tarefas em que me empenho.
O que gostaria de colocar neste
texto é que desde minha primeira fotografia até hoje eu sinto exatamente a
mesma coisa quando observo algumas cenas, como um ser humano dormindo na rua, seja por opção, por condição ou por
estado mental.
A vida dessas pessoas deve ser até certo ponto cruel. Posso mencionar homens e mulheres dormindo, vivendo ao relento, com até certa propriedade. Tenho catalogado mais de 2.000 fotos de moradores e locais diferentes. Esta exclusividade não é apenas em nível de cidade ou estado, pois em diferentes países encontra-se o mesmo cotidiano.
Não pretendo entrar no quesito politicas publicas, pois fugiria do foco principal que é a fotografia.
Olhar um corpo coberto por papelão e pensar em toda a complexidade daquilo, ou até mesmo imaginar as etapas de vida que culminaram para que aquela cena se fizesse no momento, dentro de uma gama de possibilidades, exemplifico: o céu azul, a arquitetura dos imóveis ao redor, os transeuntes, os veículos passando e também o morador de rua. ‘Digerir’ todas essas informações visuais e escolher o foco que é o morador de rua para compor a temática principal, é sem dúvida um convite à refletir sobre contexto e levar outras pessoas à reflexão semelhante é sem dúvida o refinamento do olhar fotográfico.
Olhar um corpo coberto por papelão e pensar em toda a complexidade daquilo, ou até mesmo imaginar as etapas de vida que culminaram para que aquela cena se fizesse no momento, dentro de uma gama de possibilidades, exemplifico: o céu azul, a arquitetura dos imóveis ao redor, os transeuntes, os veículos passando e também o morador de rua. ‘Digerir’ todas essas informações visuais e escolher o foco que é o morador de rua para compor a temática principal, é sem dúvida um convite à refletir sobre contexto e levar outras pessoas à reflexão semelhante é sem dúvida o refinamento do olhar fotográfico.
Ao fotografar sentimentalizo e me questiono sobre as reais necessidades destas pessoas. É certo que uma série de fatores culminou-se na situação, e essa situação é “A calçada é minha cama”.
Muitos não têm opção de sair desta vida, mas outros adentram por opção, eu me pergunto por quê? Ao fotografá-los, ao observá-los, ao conversar com eles consigo compreender um pouco esse contexto, entender a realidade deste mundo excluído, ignorado.
Muitos não têm opção de sair desta vida, mas outros adentram por opção, eu me pergunto por quê? Ao fotografá-los, ao observá-los, ao conversar com eles consigo compreender um pouco esse contexto, entender a realidade deste mundo excluído, ignorado.
A meu ver, olhar (IMAGEM) e pensamento estão intrinsecamente ligados, não há como separá-los.