O conto de um canto esquecido...
Partiu
com destino à cidade esquecida em meio a uma rota que levará do nada a lugar
nenhum.
Havia relatos que os moradores desta cidade eram gigantes ferozes, muitos deles canibais, sedentos por carne humana. Não havia
água nem luz, a única beleza era a tristeza e o ódio estampado na face e nos olhos dos cidadãos.
No caminho além da expectativa em chegar a fome o consumia quase por inteiro. Próximo à chegada avistou o primeiro morador da cidade que distante nada
parecia com gigante. Maltratado, maltrapilho, andando com dificuldade e com a
pesada carga de uma vida difícil. Eis, o gigante! Aos olhos daquele um pequeno
ser abatido pela vida, gigante apenas na lembrança de seu passado. Ostentando as rugas e as dores pelo corpo, carcomido de doenças e defeitos.
Depois disso, andando por mais de vinte minutos entre as construções, onde nenhuma alma viva, se fazia presente, sozinho à caminhar pelas ruas desertas e gélidas ensaiando uma certa catatonia, deslumbrou-se um paraíso esquecido. Passado latente nas esquinas, nas formas e talvez no cotidiano dos moradores escondidos em suas casas contemplando as camas em descanso feriado.
Estava a interpor as ruínas, ainda assim, era a forma de se chegar mais perto do passado, não do seu, mas daqueles que ali habitavam.
Essa
viagem ultrapassara o tempo, mas o tempo passara a cada passo e diante disso, se
fazia presente no contexto do passado.
Assim
foi por todo o tempo em que esteve na cidade, uma mistura de sentimentos e
pensamentos.
Evidentemente, observou moradores não tão grandes como o mencionado e não tão
pequenos como acreditado. Com um pouco de atenção encontrou muitas semelhanças
com hábitos praticados por ele em seu convívio social, resumiu-se apenas a
encontrar um adjetivo para o que pensara e concluiu serem apenas humanos.
Muito
agregou a estada, porém a partida se fez necessária.
O dia estava acabando as emoções vividas já se faziam presentes na memória e
amanhã um outro dia totalmente novo, diferente. Ao olhar para trás já se despedindo, notou como a simplicidade pode trazer
coisas agradáveis e diante daquele momento a única e verdadeira diferença encontrada
foi que os cachorros naquele lugar são mais peludos e bravos que os restantes.
Todas as fotos foram realizadas na cidade de Oriente/SP.








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